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O livro dos livros

Histórias e revisão de histórias, por Eliz B. 

22 abril, 2007


Acácia, meu amor



# xxix. Sabes?, meu amor, às vezes o corpo, o meu corpo, parece-me um território perigoso. Não sei como o evitar, como fugir dele, não sei como escondê-lo. Sinto-o demasiado meu, tanto, tanto, que quase o sinto eu. Como se eu fosse o meu corpo, o meu corpo apenas e só. Parece impossível, não é?, mas é assim. É uma estranheza dissoluta, em mim. É um império que me consquistou. Eu saio, guardo-me, e junto de mim, justamente onde estou, descubro o corpo, o meu corpo, como se ele me perseguisse sempre. Mas não é só isso, é também a sensação que aquele corpo sou eu, não que eu sou aquele corpo, percebes?, meu amor. É por isso que a necessidade é uma forma de me libertar de mim. Tomada pela necessidade, rumo à carne, corro, persigo o sangue que corre. O corpo, o meu corpo, vai comigo, acompanha-me na caçada, mas vai atrás de mim. À minha frente vai a carne, a carne que persigo, a carne que necessito. Eu vou no meio. E depois regresso a ti, meu amor.

referência

15 abril, 2007


Acácia, meu amor



# xxviii. A submissão. A submissão é o que resulta do combate. Primeiro sob a forma de quietude imposta ao corpo, depois sob a forma de distância, de afastamento desse mesmo corpo em relação a determinado território. É por isso que, entre os gatos maiores, na derrota triunfa simultaneamente o exílio e a soberania. Agora, meu amor, é a tua vez.

referência

08 abril, 2007


Acácia, meu amor



# xxvii. Hoje é o dia da concórdia. Por isso combato, vou à luta. Entrego o meu corpo à sua justiça, à sua força. Chegarei até onde ele alcançar. Não disputo a verdade. Não disputo os chãos. Não disputo o que resolve a fome ou a sede. Disputo o corpo, o meu contra o de outro, sem oração. Encontrar-me-ei no seu limite, consciente de que é aí que (e)s(t)ou fera. E que será sobre ti, meu amor, à tua guarda alta, que descansarei todas as minhas feridas, as visíveis e as invisíveis.

referência

01 abril, 2007


Acácia, meu amor



# xxvi. Ai, ai, afinal não, não é fome o que sinto, é outra necessidade. É a mesma perturbação, são as mesmas palpitações, isso é certo. Mas este caso não se resolve pela corrida ou pela carne em sangue. A indolência também não me permite aplacá-lo por esses meios. É uma natureza estranha, esta sensação. É um desejo imenso, uma agitação tremenda, como se eu fosse o domicílio da esperança de toda a espécie. Seja o que for, tenho pudor em chamar-lhe paixão. Por isso, vou tentar demorar a preguiça.

referência

2006/2022 - Eliz B. (danada composta e padecida por © Sérgio Faria).